segunda-feira, 27 de julho de 2009

It's Friday, I'm in love! (???)

Olá, visitantes que ainda me acompanham... Após algum tempo sem atualizar, fui forçado a trazer à público um texto realmente interessante que recebi do Alexandre "Dave Malkavian" Sousa. Ele é um puta escritor, compositor e um excelente guitarrista =P

Mas o fato é que esse texto é um dos maiores tapas na cara dos apaixonados do mundo (e eu me incluo nessa), que precisam despertar de certas ilusões.

Bom, feitas as devidas introduções, vai aí o texto:

""O amor é uma droga e, como qualquer droga forte, causa dependência". Assim falou (ou algo parecido com isso), Roland Deschain, personagem de Stephen King na septologia "A Torre Negra". E bem, o que posso dizer: ele está certo!

Quando estamos sob efeito do amor, um véu transparente e colorido desce sobre nossa visão e então, não importa se estamos tristes, furiosos, deprimidos, etc., sempre veremos um mundo tenuamente trêmulo e colorido. Diga-me se essa não é a mesma sensação relatada por usuários de drogas? E o melhor: sabe por que fazemos isso? Por que usamos drogas, independente de quais sejam? PORQUE SOMOS PESSOAS CRETINAS E COVARDES DEMAIS PARA ENFRENTAR A REALIDADE NUA E CRUA!!!!

Para exemplificar o processo, peguemos uma situação qualquer e como se desenrola o vício.

Antes do primeiro amor, você vive uma vida tranquila, as coisas se desenrolam numa certa ordem e, por mais que aconteçam coisas ruins, são absorvidas. Então vem o momento derradeiro: nos apaixonamos! E pode ser por uma pessoa do sexo oposto (ou do mesmo, vai saber?), por um trabalho, por um objeto, etc. OK. O véu cai e a vida acaba. Quando o foco do amor desaparecer, for embora, quebrar-se, etc., o véu se levanta e simplesmente não é possível mais encarar o mundo. Não sem aquelas cores! E aqui vem a grande ironia do amor: NÃO NOS APAIXONAMOS PELAS PESSOAS, OBJETOS, ETC. NOS APAIXONAMOS PELA SENSAÇÃO QUE ELAS PROVOCAM!!! Se aparecer outra coisa/pessoa que produza uma sensação igual ou mais forte, pronto! Lá se foi a dor. Olá "brisa"! Estou legal de novo! E não pára por aí!! Ah, não mesmo!! Uma vez apaixonado, esquece. Você desejará essa sensação sempre e sempre e, ficar sozinho, sem ninguém para amar, se torna cada vez mais insuportável. Essa dor é tão excruciante que pode levar a casos clínicos de perturbação, paranóia, compulsões e morte. QUALQUER SEMELHANÇA COM DROGAS SINTÉTICAS NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!!

Agora, explicado o processo "químico" da coisa, vamos aos aspectos sociais.

Quando estamos apaixonados, nosso foco, nossa libido é totalmente voltada ao objeto do nosso amor. Começamos a negligenciar amigos, família (esses elementos também serão explicados mais tarde), etc. Se não tivermos cuidado, perdemos totalmente a vontade de fazer qualquer outra coisa para nos dedicar ao objeto do nosso amor (atire a primeira aquele que nunca passou/viu uma situação dessas!). Esse fato é o mesmo que acontece com viciados em drogas como cocaína, maconha, etc. Quando estão "na brisa", negligenciam todas as relações e focam sua atenção à sensação prazeiorsa proporcionada pela droga. QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MESMO MERA COINCIDÊNCIA!!!

Mas como nem tudo são espinhos, vamos falar das rosas.

Um velho ditado diz: "A diferença entre o remédio e o veneno é a dose". Fato. E com o amor não é diferente. Se nos abstecemos totalmente do amor, seríamos meros robozinhos, sem eira nem beira, vagando sem sentido. O amor por uma atividade, por um amigo, pela família, dosado corretamente, nos mantém sãos. A realidade esmaga e sem esse apoio seria impossível sobreviver. O grande problema é quando essa dose ultrapassa os níveis permitidos e seguros. Então, a partir desse momento, o amor deixa de ser algo benéfico para se tornar uma droga, com potencial destrutivo muito maior que qualquer droga sintética.

E é claro, sempre haverão os puristas dizendo que o amor mantém o ser humano vivo, que sem isso somos animais, blá, blá, blá. Dirão que o motivo pelo qual amamos é para compartilhar coisas, sensações, sentimentos, etc. Ah, é? Então como podemos passar uma vida inteira amando alguém sem nunca conhecer-lhe todos os segredos? Grande partilha, onde, propositalmente, escolhemos alguns dos nossos segredos e os escondemos no sotão de nossas mentes para nunca dizer a ninguém. Realmente, não acredito que amamos simplesmente por amar. A sensação provocada é o que buscamos. Assim como buscamos o orgasmo durante o ato sexual.

E bem, seja lá quem inventou o amor, merece meus parabéns! É a melhor forma de controle que existe. Uma pessoa apaixonada nunca, nunca, NUNCA arriscará questionar demais e nem saíra da linha para tentar qualquer tipo de revolução. Alguém tem notícia de alguma revolução provocada por pessoas dopadas de morfina? Ou LSD? Cocaína? NÃO. Porque estão todos muito ocupados absorvendo o máximo que podem da sensação inebriante e aliviadora provocada pela sua droga.

FIM!
"

Eu concordo inteiramente com essas linhas, e creio que é meu dever como escritor publicar algo em que encontrei tanta verdade. Abraços à todos!

Um comentário:

Unknown disse...

Jim Morrison era um drogado feliz - e foi um dos que enriqueceram o rock e formaram a geração de revoltados que mudou o mundo.

Talvez as drogas tragam algo de bom after all. hahaha